Guia Completo - Fire Emblem
Se você sempre teve vontade de jogar Fire Emblem mas não tem nem idéia por onde começar, este guia foi feito para você.
Fire Emblem é a famosa série de RPG Tático da Nintendo que por muitos anos foi totalmente ignorada pelo ocidente, mas que rapidamente ganhou força na comunidade de fãs e hoje em dia podemos dizer que é uma série bem popular.
Produzido pela Intelligent System, planejado e dirigido por Shouzou Kaga, teve como objetivo misturar a série Famicom Wars com RPG medieval dando maior foco na narrativa. A recepção foi fraca no início mas virou uma série extremamente popular servindo como inspiração a outros grandes jogos deste gênero como Tactics Ogre e Final Fantasy Tactics.
Esse guia considera os jogos lançados de 1990 até 2017, e todos os jogos podem ser encontrados em ingles através de paches de tradução.
Sumário
Saga Principal
- 01 - Fire Emblem - Shadow Dragon and the Blade of Light [1990/NES]
- 11 - Fire Emblem - Shadow Dragon [2008/DS]
- 02 - Fire Emblem - Gaiden [1992/NES]
- 15 - Fire Emblem - Echoes Shadows of Valentia [2017/3DS]
- 03 - Fire Emblem - Mystery of the Emblem [1994/SNES]
- 3.5 - BS Fire Emblem - Archanea War Chronicles [1997/Satellite]
- 12 - Fire Emblem - New Mystery of the Emblem [2010/DS]
- 13 - Fire Emblem - Awakening [2013/DS]
Saga Jugdral
Saga Elibe
Saga Tellius
Títulos Isolados
Jogos Relacionados
- Tear Ring Saga [2001/PS1]
- Tokyo Mirage Sessions ♯FE [2015/WiiU]
- Fire Emblem - Heroes [2017/Andróide/IOS]
- Fire Emblem - Warriors [2017/3DS/Switch]
01 - Fire Emblem - Shadow Dragon and the Blade of Light
Desenvolvido por aproximadamente 3 anos e lançado em 1990 para o Nintendinho, este é o primeiro jogo da série Fire Emblem que nunca saiu do Japão, mas graças a comunidade temos acesso a roms traduzidas para o inglês.
A história segue os passos de Marth, príncipe do reino de Altea que foi invadida por Dolhr, com o auxílio do maligno mago Medeus que foi ressuscitado 100 anos depois de ter sido derrotado com a ajuda da espada sagrada Falchion. Durante a invasão, o pai de Marth é morto, e tem a espada sagrada roubada, e na tentativa de salvar seu irmão, Elice se sacrifica e é capturada para que Marth possa escapar. Vários anos depois, Marth recebe a missão de liderar um exército para recuperar a Falchion, além de ter que encontrar o misterioso Fire Emblem para recuperar seu reino e consequentemente salvar o mundo das forças malignas do mago Medeus.
O primeiro Fire Emblem trouxe mecânicas que até hoje são utilizadas na série, como o sistema de morte permanente, que caso uma unidade morra vai estar morta permanentemente e diálogos do jogo serão alterados como consequência. Cada um dos 44 personagens disponíveis para recrutar, tinham a sua própria classe e podiam ser promovidos para outras classes mais poderosas, totalizando 22 classes.
O jogo vai seguindo missão após missão sem dar pausa ao jogador, que por outro lado deve planejar bem a distribuição de experiência entre as unidades, já que todas as unidades fazem diferença no campo de batalha, e qualquer peso morto dificultaria ainda mais a campanha. O jogador perde quando Marth é morto, e consequentemente temos um jogo incrivelmente difícil, o que é uma das principais características da série.
02 - Fire Emblem - Gaiden
Esse título foi lançado em 1992 para o Nintendinho, e também nunca saiu oficialmente do Japão.
Esse título passa no mesmo mundo do primeiro Fire Emblem, e agora estamos no reino de Valentia. O jogo segue dois protagonistas, Alm e Celica, que eram amigos de infância, mas que por ironia do destino seguem aventuras paralelas de encontro a um objetivo similar - derrotar o país opressor e seu Deus maligno. Basicamente o jogo trata do gerenciamento e controle de dois exércitos distintos, seguindo duas histórias diferentes, com personagens diferentes, mas com diversas ligações entre si.
O título veio com o intuito de ter maior foco nas mecânicas de RPG, fazendo com que seja possível navegar pelo mapa além de entrar e explorar cidades. Também foi adicionado o modo easy que basicamente te dá mais experiência nas batalhas, e agora cada unidade tem sua própria classe, podendo ser promovido ao atingir determinado nível, mas você será impossibilitado de prosseguir na história se perder um determinado número de unidades, tornando este título ainda mais difícil que o anterior.
03 - Fire Emblem - Mystery of the Emblem
Esse título foi lançado em 1994 para o Super Nintendo e mais uma vez nunca saiu oficialmente do Japão. Curiosamente este título é dividido em dois livros: O primeiro livro é uma espécie de remake resumido do primeiro Fire Emblem, e o segundo livro é uma continuação direta. Infelizmente muito conteúdo do primeiro jogo foi retirado para que coubesse tudo em apenas um cartucho.
A história do segundo livro acontece 2 anos depois dos acontecimentos do primeiro jogo. Hardin, agora aliado de Marth, começa a invadir outros reinos utilizando o exército de Marth. Quando Marth descobre o que está acontecendo, Hardin declara Marth como traidor que começa a ser perseguido pelo seu próprio exército. Agora cabe a Marth provar sua inocência e acabar de vez com os planos malignos de Hardin.
O jogo retirou a parte de exploração do Gaiden, mas adicionou maior complexidade nas batalhas. Entre as missões as unidades podem iniciar uma conversação que melhora a afinidade entre elas, oferecendo bônus especiais nas batalhas, dando início a mecânica de suporte. Um maior foco foi dado nas armas, agora cada unidades pode carregar múltiplas armas dando vantagens ou desvantagens no campo de batalha, além de alterar o alcance dos ataques.
Obviamente o jogo foi um sucesso o que incentivou a criação de mangás e animes para a franquia.
3.5 - BS Fire Emblem - Archanea War Chronicles
Este foi o complemento lançado para o Super Nintendo Satellite View em 1997, que era um serviço onde os jogadores podiam fazer download de jogos por satélite.
Foram lançados 4 episódios que adicionaram mais conteúdo aos eventos que aconteceram no Mystery of the Emblem. Por ser conteúdo adicional que mais se assemelha a uma DLC e que era de difícil acesso, este título nunca recebeu uma tradução decente por fãs, mas não se preocupem, pois tudo foi resolvido em um título posterior.
04 - Fire Emblem - Genealogy of the Holy War
Lançado em 1996 para o Super Nintendo, este foi o título que Shouzou Kaga queria expandir o mundo de Fire Emblem e tentar algo novo. Ele queria que o mundo fosse mudando conforme a historia fosse avançando, e consequentemente dando maior profundidade ao conflito dos personagens. Ele queria que o jogador não apenas assistisse uma história, mas que também fizesse parte deste mundo, mas para variar, esse título também nunca saiu oficialmente do Japão.
O jogo se passa no continente de Jugdral e é dividido em duas partes: Primeira e Segunda geração.
Na primeira geração Sigurd luta contra o reino de Verdane para salvar a lady Adean, se envolvendo e um conflito maior do que o imaginado. Durante esta campanha ele conhece uma linda moça chamada Deirdre, se apaixona e tem um filho chamado Seliph.
A segunda metade do jogo inicia e aproximadamente 15 anos se passaram. Judgral foi totalmente dominada e agora cabe a Seliph lutar para restaurar a paz.
Cada unidade da primeira geração pode se casar e ter filhos que vão ajudar o Seliph na segunda geração. Cada filho vai herdar habilidades únicas e características dos pais, mecânica essa que não existiam até então na série, sendo uma espécie de evolução da Mecânica de Suporte que havia aparecido anteriormente na serie. É claro que para essa mecânica funcionar, cada unidade deve sobreviver até o final da primeira geração.
Outras melhorias foram implementadas como mapas maiores, e durabilidade das armas que podem ser utilizadas até 50 vezes, e que podem ser reparadas entre as missões. Também foi introduzido o famoso sistema triangular de armas, baseado no famoso pedra-papel-tesoura, que também virou marca registrada da série.
Este foi de longe o título mais inovador de todos e até hoje é considerado por muitos como o melhor Fire Emblem de sempre.
05 - Fire Emblem - Thracia 776
Lançado em 1999 no Japão para o Super Nintendo através de uma gambiarra chamada Nintendo Power Flash Cartridge, que era um cartucho com memória Flash onde você podia instalar jogos por um menor preço, desde que você fosse a uma filial da Nintendo Power. Mas graças ao bom senso, este título também foi lançado em cartucho no ano 2000.
O jogo se passa entre a primeira e a segunda geração do título anterior, no ano de 776, quando Arvis está expandindo seu exército por Jugdral. Aqui controlamos Leif que foi resgatado por Finn, um amigo de Sigurd. Por ser herdeiro legítimo da República de Manster, Leif passou a maior parte da sua vida fugindo, até que a aldeia de Finn é atacada pelo novo Duque de Manster, na tentativa de se livrar de Leif. Cansado de fugir, Leif decide lutar contra o seu destino.
Como melhoria o jogo trouxe uma evolução do sistema de Rank de arma. No jogo anterior o Rank da arma era baseado na classe da unidade, agora conforme utilizamos a arma, o Rank vai subindo. Também foi incluído o sistemas de resgate, que em troca de algumas penalidades nos status, você pode carregar uma unidade consigo. Já o sistema de captura te permite tomar a arma da unidade inimiga ou até mesmo prendê-la com a possibilidade de recrutar-la.
Além de melhorias, o título também trouxe empecilhos adicionais. Criaram o sistema de neblina que limita a visão do jogador no mapa, e também o sistema de fadiga, em que quanto mais você utilizar determinada unidade, mais cansada ela vai ficar e talvez não esteja disponível para a próxima missão, tornando esse jogo ainda mais difícil que os anteriores, sendo considerado por muitos como o Fire Emblem mais difícil de todos.
Por ser tão difícil e principalmente por ter sido lançado ao final da era do Super Nintendo, esse até o momento é o Fire Emblem com menos vendas da franquia.
Tear Ring Saga
Depois do fracasso anterior e do cancelamento do Fire Emblem 64 para Nintendo 64DD, Shouzou Kaga abriu sua própria empresa chamada Tirnanog e lançou em 2001 para o Playstation o sucessor espiritual de Fire Emblem chamado Tear Ring Saga - Chronicles of War Hero Yutona, que inclusive sofreu várias alterações devido pressão legal da Nintendo por copyright.
Infelizmente este título nunca saiu do Japão, mas existe uma tradução criada por fãs que foi finalizada em Novembro de 2016. O jogo teve uma sequência para o Playstation 2 lançado em 2005 chamado Tear Ring Saga - Berwick Saga, mas vendeu menos que as 345,000 cópias do título anterior e ainda não possui nenhuma tradução. Infelizmente devido ao processo da Nintendo que se arrastou por 4 anos, Shouzou Kaga teve que pagar uma enorme quantia de dinheiro em multas, afetando diretamente a sua empresa.
Um terceiro título chamado Tear Ring Saga - Vestaria Saga foi lançado em 2016 para PC. Este é um título peculiar, pois é basicamente um jogo que o Shouzou Kaga fez puramente por hobby. Segundo ele por já estar aposentado, este jogo não deve ser considerado um título comercial. Não existe quase nada de informação disponível, mas no site oficial Shouzou cita a possibilidade de ter mais continuações neste mesmo formato. O jogo está disponível de forma gratuita para download, e até o momento não existem traduções.
06 - Fire Emblem - The Binding Blade
Com a saida de Shouzou Kaga, Tōru Narihiro assume a direção da serie e assim este título foi lançado em 2002 apenas no Japão para o Game Boy Advance, tentando resgatar uma narrativa mais simples ao mesmo tempo que tentava simplificar e diminuir a dificuldade para atrair novos jogadores.
Aqui acompanhamos o jovem Roy, que vive no continente de Elibe. Por ser filho do Marques de Pherae, Roy deve liderar seu exército contra Zephiel, rei de Berna, que tem como objetivo dominar Elibe. Como todo Fire Emblem esta é apenas a ponta do iceberg, pois sempre existe os elementos de fantasia fazendo o jogo ser repleto de armas lendárias e guerra entre humanos e Dragões.
O sistema de suporte ganhou maior destaque dando profundidade aos personagens por meio de diálogos, que agora possuem carisma e personalidade única, fazendo com que o jogador se importe com com cada unidade. Ao aumentar a afinidade entre os personagens, garantimos um bônus, e até mesmo a possibilidade de que se eles se casem, mas a mecânica de filhos foi retirada. Outras melhorias foram feitas no sistema de combate como por exemplo o melhoramento do sistema triangular para magias, onde determinado elemento tem vantagens e desvantagens. E para finalizar foi adicionado um multiplayer meia boca utilizando o cable link do Game Boy Advanced.
Apesar da dificuldade ter sido diminuída, ao completar o jogo pela primeira vez, um novo nível de dificuldade é desbloqueado e este nível permite que os jogadores se aventurem em novos mapas. Para promover este novo jogo, Roy e Marth foram incluídos em Super Smash Bros Melee que saiu em 2001, e sendo uma franquia que não era popular mundialmente, fez com que os fãs não soubessem quem eram estes personagens. Pelo menos por enquanto.
07 - Fire Emblem - The Blazing Sword
Com o sucesso dos personagens em Super Smash Bros Melee, e também devido ao relativo sucesso da franquia Advanced Wars no portátil da Nintendo, foi decidido que este título também seria localizado para outros países, e em 2003 para o Game Boy Advanced chega o primeiro Fire Emblem oficialmente lançado fora do Japão.
Os eventos deste jogo se passam 20 anos antes do jogo anterior no continente de Elibe. Aqui o jogo é dividido em duas partes. Na primeira parte acompanhamos uma personagem feminina chamada Lyn, que descobre que é a neta do marquês de Caelin. Acontece que seu tio Lundgren queria assumir o poder, e envia soldados para assassinar Lyn já que ela seria a herdeira direta do trono. Essa longa parte serve como um tutorial do jogo, uma vez que esta seria a primeira experiência de vários jogadores na franquia Fire Emblem. Na segunda parte Lyn se junta com Hector e Eliwood, e juntos tem a missão de derrotar a facção Black Fang, que com a ajuda de monstros chamados Morphs, querem reviver os lendários Dragões para dominar Elibe.
Esse jogo introduz o personagem “tactician”, criado pelo jogador e que traz um tom mais pessoal à experiência. Além disso, mecanicamente falando, esse jogo praticamente não evoluiu muito em relação ao anterior, mas como era o primeiro Fire Emblem para o público ocidental, ficaram bem satisfeitos com o que viram. Já para os Japoneses, existe a possibilidade de conectar o título anterior com este novo título, pulando o “tutorial” e expandindo 2 epílogos, que também pode ser feito ao concluir o jogo uma certa quantidade de vezes. Além disso, na versão americana esses epílogos vêm expandidos, sem necessidade de desbloqueio.
Com o quase um milhão de cópias vendidas, Fire Emblem foi oficialmente declarado como uma franquia de peso e seus novos títulos seriam comercializados mundialmente.
08 - Fire Emblem - The Sacred Stones
Lançado em 2004 para Game Boy Advanced no Japão e em 2005 no restante do mundo, este título se passa no continente de Magvel, que nunca tinha sido apresentado até então na série.
Aqui acompanhamos os irmãos reais de Renais, Eirika e Efraim, que são separados durante o ataque do império Grado contra seu reino e que infelizmente foi derrotado. Ao longo da história é revelado que Grado pretende destruir as Sacred Stones para libertar o rei demônio Fomortiis, que havia sido selado a mais de 800 anos em um conflito entre humanos e demônios. Agora separados, os irmãos tem como missão proteger as Sacred Stones enquanto lutam contra o império Grado.
Assim como Gaiden, o jogo conta a história de cada protagonista separadamente, para entrelaçar os seus caminhos ao decorrer da história. O interessante aqui é que a história dos heróis se misturam com a dos vilões, fazendo a história se mover por diferentes rotas dependendo das escolhas do jogador. A mecânica de classes também foi levemente alterada, de forma que a unidade começa em uma classe aprendiz que evolui mais rápido, e ao atingir o level 10, pode escolher entre outras duas classes. O jogo também tem um mapa-mundo que deixa o jogador viajar livremente, dando a liberdade ao jogador de batalhar por experiência extra, algo que pode afetar diretamente na dificuldade do jogo, tornando este título talvez um dos Fire Emblems mais acessíveis de todos.
09 - Fire Emblem - Path of Radiance
Depois de muitas criticas dos fãs dizendo que Fire Emblem não tinha inovado tanto nos últimos anos, e vemos isso claramente quando comparamos os 3 títulos do Game Boy Advanced, os produtores decidiram que era hora de voltar aos consoles de mesa e graças a este poder gráfico, foi lançado em 2005 para o Nintendo Game Cube o primeiro Fire Emblem totalmente em 3d.
Aqui acompanhamos a história do mercenário Ike. No continente de Tellius existe tensões raciais entre os Beorc, que basicamente são humanos normais e os Laguz, que são humanóides que podem se transformar em animais. Ike acaba encontrando a princesa de Crimeia que estava fugindo da invasão de Daein contra o seu reino. Ao descobrir o paradeiro da princesa, Daein ataca Ike e seus companheiros mercenários com a ajuda dos Cavaleiros Negros. Depois de serem obrigados a fugir, Ike decide ajudar a princesa a lutar contra Ashnard, rei de Daein, mas para isso necessitará unir as duas raças que estão em conflito por séculos.
Além de ser o primeiro Fire Emblem em 3D, este também foi o primeiro titulo da serie a ter CGs de verdade, além de dublagem para as falas importantes. Outra mecânica adicionada é que como os Laguz são capazes de se transformar em animais, podemos utilizar essa transformação no campo de batalha, afetando diretamente as skills da unidade, onde ganhamos vantagens ou desvantagens, dependendo do terreno em que estamos e do Laguz que utilizamos. E por último, podemos forjar e customizar armas, além de adicionar um nome customizável ao novo equipamento.
Infelizmente todas as inovações não foram o suficiente para agradar o público e este título é um dos piores títulos em vendas da franquia como um todo.
10 - Fire Emblem - Radiant Dawn
O novo console da Nintendo foi oficialmente anunciado, e a Nintendo viu a oportunidade de aumentar as vendas do seu novo console com um Fire Emblem inédito. A Intelligent Systems colocou mãos à obra e a própria Nintendo ajudou dobrando o número de pessoas do time de desenvolvimento. Com todo este suporte, em 2007 para o Japão e em 2008 para o restante do mundo, chega o novo Fire Emblem desenvolvido para o Nintendo Wii.
O jogo é dividido em 4 partes, onde cada parte tem seu início, vários conflito e uma “conclusão”. O jogo é ambientado 3 anos depois dos eventos do titulo anterior, aqui acompanhamos Micaiah, que juntamente com a sua brigada chamada Dawn Brigade, luta contra o senado de Begnion e sua guarda imperial que atualmente controla Daein, pois no momento não possui um sucessor adequado. Nos outros capítulos acompanhamos Elincia e Ike e é claro o desfecho dos eventos de Tellius, completando a história com louvor.
Com uma engine atualizada comportando mais de centenas de unidades na tela ao mesmo tempo, e com mais de 100 animações únicas por unidade, este jogo veio com mecânicas refinadas em relação ao título anterior. As unidades agora podem ser promovidas duas vezes. Terrenos elevados foram adicionados, assim como armas adicionais como crossbones e facas. O sistema de suporte foi alterado, de forma que qualquer personagem pode interagir entre si, mas cada unidade tem o seu par canônico com os diálogos elaborados, e todas as outras interações não canônicas, são geradas aleatoriamente o que torna os diálogos mais simples e genéricos.
Este jogo é um dos mais difíceis da série, e isso é devido a um erro de tradução. O nível normal foi traduzido para easy, e consequentemente o nível hard ficou traduzido como normal, o que gerou péssimas reviews, fazendo com que o titulo fosse ignorado por muita gente, consequentemente se tornando um dos reis das piores vendas.
11 - Fire Emblem - Shadow Dragon
Devido aos múltiplos fracassos da série, a Intelligent Systems não entendia o que estava de errado com sua franquia, e decidiram voltar a suas raízes. Tendo em consideração os títulos da série que tinham vendido bem em portáteis, em 2008 para o Nintendo DS no Japão e em 2009 para o resto do mundo, foi lançado este o que seria o remake definitivo do primeiro Fire Emblem.
Obviamente o jogo segue a mesma historia do titulo original com melhorias na jogabilidade e nos gráficos, mas além disso também temos conteúdo extra. Para citar alguns exemplos foram adicionados capítulos extras, novos personagens recrutáveis, sistema de triangulação de arma, novas classes, cutscenes entre os capítulos e batalhas contra outros jogadores utilizando o Wireless.
Infelizmente não foi implementado o sistema de suporte aqui, o que gerou a fúria em inúmeros fãs da franquia, fazendo com que a Intelligent Systems ficasse com aquele gostinho amargo na boca. Então resolveram tentar mais uma vez.
12 - Fire Emblem - New Mystery of the Emblem
Lançado em 2010 para o Nintendo DS apenas no Japão, este seria o remake do segundo livro do terceiro jogo da série juntamente com os capítulos extras que saíram apenas para o Satellite View.
Além de todas as melhorias que o remake anterior trouxe, a Intelligent Systems escutou as reclamações e adicionou o sistema de suporte nesta versão. Outra novidade do título foi a criação do modo Casual, que te permite retornar uma unidade derrotada, banindo a morte permanente. Outra adição foi a inclusão de um segundo herói totalmente novo e customizável conhecido com “Shadow Hero”, ou seja, você!
Este título também conta com DLCs extras que adiciona mais conteúdo, algo inédito na série se ignoramos a versão BS, mas que infelizmente já não temos acesso oficialmente pois os servidores já foram desligados. Outro ponto é que os fãs reclamaram muito do modo casual, pois segundo eles isso eliminava toda a essência de Fire Emblem, que em contra partida ficou mais acessível para os novos jogadores que estavam chegando.
Infelizmente o título não vendeu bem, o que colocou a Intelligent Systems contra a parede.
13 - Fire Emblem - Awakening
A Nintendo então deu uma ultima chance a Intelligent Systems de salvar a sua franquia. Eles tinham que colocar seu corpo e alma na tentativa de fazer o melhor Fire Emblem de todos os tempos. Lançado em 2012 no Japão para Nintendo 3DS e em 2013 para o resto do mundo, veio o título que combinaria todas as mecânicas dos títulos anteriores na tentativa construir o Fire Emblem perfeito.
Awakening se passa 2000 anos depois dos eventos do primeiro Fire Emblem. Aqui você cria um personagem customizável chamado Robin que inicia o jogo sofrendo amnésia. Depois de se juntar com Chrom, o príncipe de Ylisse e descendente de Marth, você se torna o seu estrategista. Depois de partir com o grupo de Chrom, vocês tem como missão impedir a invasão da nação de Plegia, encontrar a raiz do aparecimento dos monstros chamados Risen, descobrir o passado de Robin e é claro derrotar o Dark Dragon para salvar o mundo.
Este título basicamente juntou o maior número de mecânicas possíveis dos outros Fire Emblem. Para citar algumas temos o sistema de suporte com par romântico, possibilitando a segunda geração, vários modos de dificuldade, modo casual, promoção de classe, troca de classe, dublagem para falas, maior ênfase nas cutscenes que agora são maiores, empolgantes e bem animadas, habilidades únicas, mapa-mundo que permite o jogador andar livremente e ganhar o quanto de experiência quiser. Resumindo todas as mecânicas implementadas neste título tem como objetivo deixar o jogador jogar como quiser, com quem quiser, da maneira que quiser.
Novas mecânicas foram implementadas como sistema de batalha em duplas, também conhecido como Pair Up, onde duas unidades ganham bônus por afinidade e podem lutar contra um mesmo inimigo ao mesmo tempo, novos modos de câmeras para o combate onde o jogador pode escolher entre o modo tradicional, cinematográfico e primeira pessoa, explorando melhor os efeitos 3D do portátil, além é claro dos DLCs que adicionam ainda mais conteúdos, como por exemplo personagens das séries anteriores.
Este título era a última esperança, e por isso reuniu o máximo de elementos possíveis da série em uma espécie de tributo, pois afinal de contas poderia ser o último Fire Emblem criado. Mas felizmente o título foi um grande sucesso, superando todas as expectativa possíveis, sendo aclamado pela crítica, o que deu o empurrão definitivo para a franquia.
14 - Fire Emblem - Fates
A pressão em cima da Intelligent Systems estava gigante, pois todos esperavam um titulo que superasse o anterior. E uma das críticas do título anterior, era que a narrativa não era tão forte, então foi decidido dar maior ênfase na narrativa deste novo título, onde o jogador poderia escolher entre 3 rotas. Assim em 2015 foi lançado Fire Emblem Fates para Nintendo 3DS em 3 versões: A versão Birthright, a versão Conquest e a versão Special que traria as duas versões anteriores mais uma terceira chamada Revelations que seria disponibilizada por download.
Aqui criamos nosso personagem customizável chamado Corrin, que é príncipe de Nohr. Em uma missão de investigação, você acaba sendo capturado por Hoshido, mas não é morto imediatamente porque logo descobre que você na verdade é príncipe de Hoshido que tinha sido sequestrado por Nohr. No ataque de Nohr a Hoshido na tentativa de te resgatar, você pode escolher entre seguir com a sua família biológica, Birthright, sua família adotiva, Conquest, ou um terceiro caminho totalmente diferente dos anteriores, Revelations.
Birthright tem uma jogabilidade mais amigável, um mapa-mundo onde você pode navegar livremente em busca de experiência além de desafios menores. Conquest por outro lado é mais desafiador e funciona mais parecido com os títulos anteriores onde você vai avançando os capítulos, e a estrategia deve ser cuidadosa. E Revelations é o último caminho que é adquirido por download, onde não escolhemos nenhum dos lados e o jogo faz uma mistura das mecânicas das versões anteriores. Cada versão tem suas próprias armas e classes.
O jogo também implementou novas mecânicas como My Castle, que basicamente é um lugar onde devemos customizar e melhorar o nosso castelo, nos dando a possibilidades de evoluir armas, interagir com os personagens e jogar o multiplayer online. Falando em interação com os personagens, o sistema de suporte está de volta mais fan service do que nunca, incluindo banhos na sauna e encontros particulares no seu quarto, além da polêmica mecânica de usar o stylus para acariciar o personagem que você quiser que foi totalmente removida da versão americana.
Outras mecânicas como segunda geração está de volta em uma escala menor, além de mudanças na triangulação de armas que agora adiciona dupla vantagem ou desvantagens sobre outras armas, o que faz com que o jogador tenha que ter atenção na hora de criar as suas estratégias. Um novo modo chamado Phoenix Mode foi adicionado e funciona de forma que se alguma unidade morrer, ela volta no turno seguinte, facilitando ainda mais o jogo para quem tinha dificuldades mesmo com o modo casual.
O jogo teve várias DLCs, assim como várias reclamações da comunidade sobre excesso de fan service, ou por estarem vendendo três títulos separados, e também por causa das traduções que ou não localizava bem os textos, ou trocava os diálogos por situações totalmente fora do contexto, mas mesmo assim o título vendeu horrores.
15 - Fire Emblem - Echoes Shadows of Valentia
Com o sucesso do título anterior a equipe estava pronta para criação de um novo Fire Emblem, e viu a oportunidade perfeita no Nintendo Switch que teria poder suficiente para entregar um grande título. O único problema é que ainda era cedo demais e nem mesmo o hardware do console havia sido definido. Uma parte da equipe queria implementar as mecânicas que foram cortadas do Fates que eram similares ao do Gaiden, e assim nasceu o remake do segundo título da série em 2017 para o Nintendo 3DS.
Por se tratar de um remake, utilizaram a história do Gaiden como base, mas muitas mudanças foram feitas aqui. Foi adicionado um prólogo dando maior imersão, todas as unidades foram redesenhadas para garantir personalidades únicas, além de terem adicionado vários diálogos extras e a narrativa de modo geral foi modificada para cobrir lacunas, atualizando o título para que seja interessante mesmo nos dias de hoje.
Outras mecânicas foram implementadas, como o sistema de suporte, modo casual, melhorias gráficas, dublagem, cutscenes e etc. Mecânicas antigas voltam como o sistema de fatiga, onde os personagens se cansam obrigando o jogador a revezar entre eles, sistema de triangulação de arma foi retirado em troca de outro sistema que leva em consideração o tipo de terreno para dar vantagens ou desvantagens, dependendo da arma ou classe que o jogador estiver utilizando.
O modo Phoenix foi retirado, mas mantiveram o sistema de exploração que existia somente no Gaiden, onde o jogador pode explorar dungeons como se fosse um RPG tradicional, com a diferença que cada batalha no mapa, se torna uma batalha tática randomizada ao estilo Fire Emblem, e por último é possível explorar cidades em busca de itens, novas unidades, armas e etc.
O título não agradou a todos por terem alterado muito a formula, mas o jogo não foi feito pensando nos novos jogadores, ele foi feito por fãs de Fire Emblem para os fãs de Fire Emblem, e se mostrou um título de qualidade vendendo relativamente bem.
Tokyo Mirage Sessions ♯FE
Este Spin-off foi produzido pela Atlus, lançado em 2015 no Japão para Nintendo Wii U e em 2016 para o resto do mundo, se trata de uma união entre a famosa franquia Shin Megami Tensei, misturando elementos de Fire Emblem, o que se transformou em RPG bizarro de idols.
Fire Emblem - Heroes
Este é um Spin-off produzido em 2017 pela própria Intelligent Systems para Android e IOS. Neste jogo free-to-play, treinamos, evoluímos e colecionamos vários guerreiros de todas os títulos de Fire Emblem, para enfrentar diversos desafios.
Fire Emblem - Warriors
Desenvolvido pela Omega Force em 2017 para Nintendo Switch e 3DS, este é um Spin-off que mistura a série Fire Emblem com o gênero musou da série Dynasty Warriors da Koei. Neste jogo escolhemos um personagem da série Fire Emblem e lutamos contra centenas de inimigos ao mesmo tempo no melhor estilo hack-and-slash.
Como vimos, ao longo dos anos a série passou por altos e baixos, mas ultimamente vem ganhando bastante força e podemos ver pela quantidade de jogos levando o nome Fire Emblem, que não fazem parte da série principal. Eu sempre tive vontade de conhecer e jogar os títulos da série, mas como essa é uma série que chegou tarde demais no ocidente, era muito difícil entender a sequência dos títulos, ou saber se todos os jogos eram ligados ou faziam parte de histórias totalmente separadas.
Por esse motivo, a muito tempo tinha vontade de fazer este guia, só me faltava conhecimento mesmo. Por isso quero agradecer a Zumbertinho e Otto "Sandshrew2" que basicamente me ajudaram a entender a ordem dos jogos, além de revisar o texto e me ajudar a encontrar traduções decentes para a maioria dos jogos.
Espero que esse guia possa te ajudar a entender a franquia, da mesma maneira que me ajudou.